Biorrobótica: "Água meio-viva".

O ramo da Engenharia de tecidos (Falo dos tecidos : nervoso, ósseo, epitelial, etc...) vem cada vez mais inovando em suas descobertas e utilização destas.

Robojelly, o Robô Geleia.

Tudo começou com o pesquisador Yonas Tadesse, da Universidade Virgínia Tech, Estados Unidos. Que desde 2009 vem produzindo, junto à uma equipe de pesquisadores, um robô de músculos artificiais,
que tem como objetivo principal, mover-se com o hidrogênio provindo do meio externo.
Essa retirada de hidrogênio seria fruto de reações químicas ocorridas na superfície do robô. Ou seja, enquanto este estiver sob água, terá energia para mover-se.

Anatomia do Robojelly.

O responsável pelo movimento do autômato é um músculo artificial normal, do tipo SMA, feito de uma liga de níquel e titânio, o NiTi, envolto por uma superfície de nanotubos de carbono e nanopartículas de platina.
O oxigênio e o hidrogênio na água reagem com platina, gerando calor. Os nanotubos de carbono, por sua vez servem tanto para levar o hidrogênio até o catalisador de platina, quanto para auxiliar na condução o calor gerado pela reação até os músculos artificiais, fazendo-os assumir os diversos formatos necessários ao movimento.

Avanços ainda são necessários.

Experimentos com o primeiro protótipo mostraram que a energia produzida pela reação química ainda não são suficiente para mover o Robojelly, embora sua funcionalidade tenha sido comprovada quando submetido à uma fonte externa de energia.
Segundo os pesquisadores e projetores do robô, eles estão buscando formas de fazer com que o hidrogênio seja levado à cada segmento, permitindo não só o movimento aleatório, mas também controlar a direção tomada pelo autômato.

O robô "feito com o coração".

Medusoide



Agora chegamos à parte mais interessante desta postagem, o robô "feito com o coração", e de fato é! A criação de Janna Nawroth e seus colegas das universidades de Harvard e Caltech é chamada de Biorrobô, por utilizar células e proteínas cardíacas de animais, em uma matriz de silicone.
Observando algumas "falhas" anatômicas da água-viva (realmente viva), os pesquisadores ainda melhoraram o desenho do medusoide. Fazendo com que menos água escape de suas extremidades, perdendo assim, menos impulso.

Todas as camadas do autômato foram cuidadosamente sobrepostas, afim de trazer formas mais parecidas com o animal vivo propriamente dito. Inclusive a camada de células cardíacas de ratos, que dão possibilidade ao movimento.
Segundo os pesquisadores, para obter o movimento ritmado, ou pulsante, houve a necessidade de combinar a arquitetura subcelular, celular e supracelular da musculatura da água-viva com as células cardíacas.
Quanto posto em água salgada, aplicando uma corrente elétrica que ia entre 0 e 5 volts promovendo a pulsão das células cardíacas, e assim, o movimento do biorrobô.
As células cardíacas já eram capazes de pulsar ligeiramente sem a aplicação desta corrente, mas o movimento não era forte o suficiente para movimentar o autômato.
Otimização de Design do protótipo

Sobre seres sintéticos.

Engenheiros de tecidos tentam cada dia mais, produzir tecidos, e até mesmo órgãos completos em laboratório. Como diria o Dr. Kevin Parker, um cooperador da pesquisa "Como engenheiros, ficamos muito confortáveis em construir coisas de aço, cobre e concreto," Ele ainda completa dizendo "Eu vejo as células como outro tipo de substrato de construção, mas precisamos de especificações quantitativas rigorosas para mover a engenharia de tecidos para um tipo reproduzível de engenharia."
Comentando sobre a busca de biologia sintética, ele afirma que se continuasse "focada na manipulação genética de células, em vez de construir uma célula só, nós queremos construir uma besta".